terça-feira, 11 de maio de 2010

Pirataria versão 2.0 (Aventuras na Historia)

Pirataria versão 2.0
Somália resgata uma prática que ficou desaparecida por dois séculos
por Ernani Fagundes
Equipado com aparelhos de GPS, fuzis e lançadores de mísseis, um grupo de marinheiros africanos protagonizou o maior ataque já registrado contra um navio. Foi ousado e bem-sucedido: após dois meses de sequestro, o petroleiro Sirius Star foi devolvido mediante o pagamento de 3,5 milhões de dólares. A ação deixou claro que os piratas profissionais estão de volta.

Houve uma época, do século 16 até o 18, em que os bucaneiros funcionavam como marinhas informais, liberadas pelos reis para agir sem respeitar regras. A partir do século 19, o controle de portos melhorou e garantiu uma vigilância mais eficiente.

Esse quadro mudou nos últimos anos, quando os piratas ressurgiram em um dos países mais pobres (e bem posicionados) do mundo. Localizada no golfo de Aden, que liga o oceano Índico ao mar Vermelho, a Somália vive em guerra civil há 18 anos. Instalados nessa terra arrasada, em 2008 os novos bandidos do mar atacaram 100 navios e arrecadaram 150 milhões de dólares.

Inicialmente, os bucaneiros eram simples pescadores do vilarejo de Ely, que atacavam grandes navios estrangeiros que atuavam ilegalmente na costa da África. Com o tempo, esses jovens, que em geral têm entre 20 e 35 anos, começaram a pedir resgates. A renda fácil atraiu outros somalis. Juntos, eles já somam 2 mil pessoas, bem mais sérias e violentas que o bonachão Jack Sparrow, o famoso personagem do ator Johnny Depp na trilogia cinematográfica Piratas do Caribe.

Saques no mar
Os piratas atuam há mais de 3400 anos

1400 a.c.
Bucaneiros gregos atacam os navios de comércio fenícios. Depois, os alvos preferenciais passam a ser os romanos.

Século 2
O mar da China fica congestionado com navios que querem roubar as cargas de especiarias e de seda.

Século 9
Árabes sarracenos agem no mar Mediterrâneo, em especial nas costas da Sicília, do sul da Itália e da Espanha.

Século 16
Apoiados por seus reis, ingleses, franceses e holandeses saqueiam navios espanhóis e portugueses.

2008
Usando tecnologia e armamento pesado, os piratas ressurgem como sequestradores de embarcações

Curiosidades (filme)


Filme:

94. Falcão Negro em Perigo
Americanos em apuros na Somália
por Leandro Steiw
Em meio à guerra civil na Somália, em 1993, os Estados Unidos encarregam cem soldados de seqüestrar dois oficiais somalis. O que parecia uma barbada vira um confronto longo e sangrento quando dois helicópteros Black Hawk são derrubados pelo inimigo. O filme mostra os esforços dos Rangers para sobreviver às garras dos sempre selvagens oponentes. Esta produção é considerada por alguns como uma das inúmeras patriotadas americanas lançadas no calor dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas é um Ridley Scott, o que, no mínimo, assegura uma patriotada com qualidade para figurar no pé da lista dos cem melhores filmes.

Aspectos sociais da Somalia


“Piratas” da Somália: Uma luta por condições de vida mais dignas


Os “piratas” da Somália, nas suas embarcações precárias, são perseguidos por navios de mais de 12 nações, dos EUA à China. Aqueles que os governos “ocidentais” rotulam como “uma das maiores ameaças do nosso tempo” são oriundos de um dos países mais miseráveis do planeta.
O mundo ocidental encontrou nos mares da Somália o local ideal onde descarregar lixo nuclear. Além disso, a Europa, que esgotou os recursos naturais das suas águas, rouba anualmente milhões de euros de atum, camarão e lagosta, nas costas da Somália, enquanto os pescadores locais passam fome. Quando os “piratas” se intrometeram no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo… imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.
Mal o governo somali se desfez em 1991 (*), e os ricos partiram, começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália que deitavam ao mar contentores e barris enormes. A população do litoral começou a ter erupções de pele, náuseas e bebés mal-formados. Com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com sinais de derramamento apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e são conhecidas 300 mortes. O facto é relatado por Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: “Alguém está a deitar lixo atómico no litoral da Somália – chumbo, metais pesados, cádmio e mercúrio”, proveniente de hospitais e indústrias europeias que, ao que tudo indica, o entrega à Máfia, que o descarrega e cobra barato. “Não há nem descontaminação, nem compensação nem prevenção” por parte dos governos europeus para combater este “negócio”, suspira Ould-Abdallah.
É neste contexto que nascem os piratas somalis. São pescadores que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros ou, pelo menos, como meio de obter alguma espécie de compensação. A maioria dos somalis conhece-os sob a designação de “Guarda Costeira Voluntária da Somália”. Um inquérito divulgado pelo site somali independente WardheerNews revela que 70% dos nacionais aprova firmemente a pirataria “como forma de defesa nacional”.
(*) A Somália ficou sem governo central desde 1991, quando o ditador Siad Barre, apoiado pelos EUA, foi derrubado por uma insurreição generalizada. Nessa altura, dois terços das reservas petrolíferas do país estavam atribuídos aos gigantes norte-americanos Conoco, Amoco, Chevron e Phillips. O envio de tropas pelos EUA, na tentativa de controlar de novo o país, saldou-se por uma derrota humilhante e os norte-americanos tiveram de retirar em 1993. Mas a destruição física e a desorganização política tomaram conta da Somália. Diferentes facções políticas exercem poder sobre partes do território do país. As tentativas de formação de um governo nacional têm sido combatidas pelos países ocidentais, concretamente através da Etiópia que invadiu a Somália em 2006 com o apoio, uma vez mais, dos EUA.
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Cultura da Somália



O número de línguas faladas no país é muito reduzido quando comparado com outros países da África. A maior parte de sua população fala somali, embora os grupos étnicos dosbajuni e dialetos bravanese falem também dialetos suaíli. Para os religiosos e geográficos, o árabe é altamente entendido, e por razões históricas sem têm o inglês e italianocomo as línguas estrangeiras mais utilizadas.

A religião majoritária no país é o sunismo, o que obriga os cidadãos a abster-se de porco e álcool, assim como de participar de jogos de azar. Muitas mulheres usam o hijab.

Economia da Somália

Pequeno Shopping mall in Hargeisa


O país tem uma economia de mercado. É um dos países mais pobres do planeta, tendo relativamente poucos recursos naturais. A economia é excessivamente agrícola, pouca industrializado, sendo que as indústrias mais predominantes são a de refinação de açúcar e a têxtil. 65% do seu PIB vem da agricultura, contra 25% de serviços e 10% da indústria.

A maior parte da economia foi devastada na Guerra Civil Somali. A agricultura é o setor mais importante, com a criação de gado respondendo por cerca de 40% do PIB e por cerca de 65% das exportações. Grande parte de sua população que vive da criação de gado é nômade ou seminômade. Além do gado, a banana é outro importante item de exportação. O açúcar, o sorgo, o milho e os peixes são produtos para o mercado interno. A maior parte da economia se baseia à crição de camelos, setor pecuário que o país possui o maior rebanho do mundo.

responde por 10% do PIB, a maioria das instalações industriais foi fechada por causa da guerra civil. Além disso, em 1999, distúrbios na capital, Mogadíscio e áreas vizinhas atrapalharam ações de ajuda internacional.

A Somália tem uma das mais altas taxas de mortalidade infantil do mundo, com cerca de 10% das crianças morrendo pouco depois de nascer e 25% das sobreviventes morrem antes dos 5 anos de idade. A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras considera a situação do país "catastrófica". Para piorar, diferentemente do que a maioria das pessoas acham o país tem o maior número de subnutridos do mundo (75%), e não a Etiópia, que possui 50% de seu povo. Isso coloca a Somália entre os 8 países mais pobres do mundo (o mais pobre é Serra Leoa).

Atualmente, algumas áreas do país estão mais economicamente ativas do que antes da guerra, quando o regime socialista de Siad Barre eliminou a livre iniciativa. O norte do país, em especial, recuperou-se economicamente. Apesar de o país continuar pobre, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza tem diminuído.

Política da Somália




A situação política da Somália é ainda confusa. O poder político encontra-se dividido por vários senhores da guerra os quais dominam várias zonas do país.

Com o transcorrer da guerra civil, estes foram os estados autônomos que surgiram na Somália após 1990, apenas a Somalilândia se autoproclamou independente, os outros três reivindicam autonomia dentro de uma Somália unificada:


BandeiraEstadosCapitalIndependência/Autonomia
Bandeira de GalmudugGalmudugGaalkacyo do sul14 de agosto de 2006
Bandeira de PuntlândiaPuntlândiaGaroowe5 de maio de 1998
Bandeira da SomalilândiaSomalilândiaHargeisa18 de maio de 1991
Bandeira de MaakhirMaakhirBadhan1 de julho de 2007

Geografia e Demografia da Somália



A Somália é o país mais oriental da África, e ocupa uma área de 637.657 km² (aproximadamente igual à soma da área dos estados brasileiros de Minas Gerais e Espírito Santo). A região ocupada pelo país é comumente chamada Chifre da África - pela semelhança entre o desenho de seu mapa com o chifre de um rinoceronte. A região do Chifre da África (ou Corno de África, como é conhecida em Portugal) também inclui os vizinhos Etiópia e Djibuti.

O país está situado na costa leste africana ao norte da linha do Equador, entre o Golfo de Aden, a norte, e o Oceano Índico a leste. Seu território consiste de muitos platôs, planícies e montanhas. O norte do país é montanhoso, com altitudes entre 900 e 2100 metros. No noroeste do país, na região autônoma de Somalilândia (auto-declarada independente), segue a cadeia montanhosa de Cal Madow (Surud) desde a fronteira noroeste com a Etiópia até a região de Sanaag, onde localiza-se o ponto mais elevado do país no pico Shimbiris com 2.450 m. As áreas do centro e do sul são planas, com altitudes inferiores a 180 m. Os rios Juba e Shabele nascem na vizinha Etiópia e atravessam o país em direção ao Oceano Índico. O Shebele, entretanto, não alcança o mar, exceto em períodos de chuva mais intensa.






A Somália tem uma população estimada de 8,5 milhões de pessoas. Estas estimativas são difíceis de ajustar, devido à complicada situação política do país, e também à natureza nômade muito de seus habitantes. O último recenseamento foi no ano de 1975, baseado em alguns analistas estrangeiros. A taxa de crescimento da população somali é uma das mais elevadas na África e no mundo.

Mapa de 2002 da CIA mostrando a densidade populacional do país.

Atualmente, cerca de 60% da população somali é de nômades ou seminômades, criadores de gado, camelos e cabras. Aproximadamente 25% dos habitantes são agricultores assentados nas regiões férteis entre os rios Juba e Shebelle, a sul do país. O resto da população está concentrada nas áreas metropolitanas.

Depois da guerra, a Somália teve uma grande comunidade de refugiados fora do país, uma das maiores da África.

Mulheres somalis nômades.
Evolução da população somali entre1961 e 2003.

Cerca de 85% da população é de somalis étnicos. A guerra civil no início de 1990 aumentou consideravelmente o tamanho dadiáspora somali.

Somalis nômades e grupos de minorias étnicas compõem o restante da população do país, incluindo: benadiris, bravaneses, bantus, bajunis, indianos, persas, italianos e britânicos.

Há poucas informações e estatísticas fiáveis sobre urbanização na Somália. No entanto, estimativas foram feitas indicando uma urbanização de 5% e 8% ao ano, com muitas das cidades em crescimento rápido e, às vezes, desordenado. Atualmente, 37% da população do país vive em cidades, porcentagem que tende a aumentar rapidamente.

  • Alfabetização (pessoas com 15 anos de idade ou mais que sabem ler e escrever)
    • Da população total: 37,8%
    • Homens: 49,7%
    • Mulheres: 25,8% (estimativas de 2006)

História da Somália

Presidente da somalia (Abdullahi Yusuf Ahmed)

A história do atual território da Somália remonta à antiguidade, quando a região foi conhecida pelos antigos egípcios. Entre os séculos II e VII d.C da nossa era, muitas partes dos territórios foram anexados ao reinado etíope de Aksum. Pouco tempo depois, certas tribos árabes se instalaram ao largo da costa do Golfo de Áden, e ali fundaram um sultanato, concentrado no Porto de Zeila. Ao mesmo tempo, o país se tornou islâmico devido à influência dos xiitasvindos do atual Irã. De todas as formas, os habitantes conservaram suas línguas ancestrais em vez de adotar oárabe.

A partir do século VIII d.C, somalis e pastores nômades instalados ao norte do Corno de África começaram até a atual região somali. Anteriormente, os oromos, pastores-agricultores, iniciaram uma migração até o Ogaden e planície abissínia. Todos estes povos se instalaram definitivamente no território. Alguns povos árabes tentaram se apropriar do território e muitos somalis foram se desprezando ao exterior, sobretudo até a Etiópia

Ao longo dos séculos XIX e XX, franceses, britânicos e italianos estabeleceram domínios na região. A Somália atual surgiu em 1960, quando dois protetorados (um italiano e outro britânico) uniram-se. A Somália Britânica ganhou independência como Estado da Somalilândiaem 26 de junho de 1960. Dias depois, um referendo aprovou a unificação com a Somália Italiana, dando origem a República da Somália em 1 de julho de 1960. A então Somália Francesa, atual Djibouti, conseguiu sua independência por separadamente, em 1977.

A Liga de Juventude Somali se manteve no poder durante os anos 60, tendo como presidente Abdi Rashid Shermake, que foi assassinado em 1969, e por meio de um golpe de estado chegou ao poder Siad Barre.

Durante esta época, a Somália teve estreitas relações com a União Soviética. Em 1974, Somália e União Soviética assinaram um tratado, que previa aos soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia, rival somali, em uma guerra entre ambos, onde a Somália se voltou para o Ocidente. Portanto, a situação econômica do país era muito delicada.

Ante esta péssima situação econômica, surgiu uma oposição armada no norte do país em 1987. Em 1990, este grupo adquiriu o controle de grande parte do território, dissolvendo-se de fato o estado somali já existente.

Este grupo opositor se dividiu em 1991 por motivos diferentes e distintos, entre eles as tradicionais inimizades entre diferentes classes e etnias: o Movimento Patriótico Somali (MPS) ao sul e o Movimento Nacional Somali (MNS) ao norte. Por outro lado, o grupo Congresso Unido Somali (CUS) tomou a capital Mogadíscio, provocando a queda de Siad Barre.

Com o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desapareceu após a queda da ditadura pró-soviética de Siad Barre, em 1991. Os "senhores da guerra" tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil intermitente, a qual matou dezenas de milhares de somalis. Não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões. Em 1991, surgiu a Somalilândia, que chegou a declarar sua independência da Somália no mesmo ano, por Mohamed Ibrahim Egal, no mesmo ano da Jubalândia. Apesar da sua relativa estabilidade, em comparação com a tumultuosa região sul, não foi reconhecida como estado independente por nenhum governo estrangeiro.

Em 1992 iniciou-se, primeiramente no sul, uma ação humanitária da ONU, encabeçadas por tropas dos Estados Unidos da América. Embora conseguisse diminuir a fome no país, a operação foi um fiasco, com a morte de 18 soldados norte-americanos. Esta história é contada no filme "Falcão Negro em Perigo". Os marines deixaram o país em 1993. Sozinha, a ONU acabou por retirar-se oficialmente a3 de março de 1995. A ONU interveio para a formação de um governo, sem ter êxito. Por outro lado, a Somalilândia presenteava uma maior estabilidade, do que outros recentes estados proclamados no território antigo da Somália, como Puntlândia, constituído em 1998, mas seguiu sem ser reconhecida por nenhum país. Puntlândia, por sua parte, não se instaurou como estado independente, e sim como parte da Somália, baixo à forma de "estado autônomo", com a obrigação autoimposta de restaurar e manter a unidade somali, baseando em sistema federal.

Em 1998 registaram-se mais duas cisões no país, e uma quarta em 1999, todas elas de contornos pouco claros. A última cisão conduziu à autonomia de Puntlândia ouSouthwestern Somalia ("Somália do Sudoeste"), contudo dada à situação pouco clara no que concerne às fronteiras da Somália, há que ponderar antes de atribuir este título.

Em 2000, os delegados da conferência de reconciliação, reunidos em Arta, aprovaram uma lei nacional que atuaria como constituição da Somália por um período de três anos de transição. Esta constituição garantia aos somalis a liberdade de expressão e associação, direitos humanos, e realizava uma separação de poderes, garantindo sua independência. Durante este período de transição, a República Somali adotou um sistema federal de governo, como 18 administrações regionais. A Assembleia de Transição Nacional exercia oPoder Executivo. Estava formada por 245 membros, 44 por cada um das quatro classes principais (Dir, Hawiye, Darod y Oigil), 24 na aliança das classes menores, assim como 20 para somalis de grande influência e 25 para mulheres. Foi inaugurada em agosto de 2000 e elegeu como primeiro presidente do Governo de Transição Somali, Abdiqasim Salad Hassan, que, entre outras coisas, interveio militarmente na Jubalândia em 2004.

Em outubro de 2004 elegeu-se Abdullahi Yusuf Ahmed como presidente do Governo Nacional de Transição. A eleição aconteceu em Nairóbi, capital do Quênia, já que Mogadíscio era controlada por chefes tribais. Sem serviços públicos e forças de segurança do Estado, a capital somali vive sob a influência dos chamados "senhores de guerra", principais chefes dos clãs do país falido. Sediado em Baidoa, a 200 km a noroeste de Mogadíscio, o governo de Yusuf e do primeiro-ministro Ali Mohammed Ghedi é reconhecido pela comunidade internacional, mas é tido como fraco, pois não é reconhecido pelos chefes tribais. http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/common/images/magnify-clip.png

Em 26 de dezembro de 2004, uma das catástrofes naturais mais devastadoras da história contemporânea, o tsunami que varreu os países do Sudoeste Asiático, também afetou a Somália, destruindo povoações e segundo as estimativas, causando a morte de 298 pessoas.

Em maio de 2006, iniciou-se a Segunda Batalha de Mogadíscio, entre a Aliança para a Restauração da Paz e contra o terrorismo e milícias leais à União de Tribunais Islâmicos. Em 5 de junho, ao menos de 350 pessoas em fogo cruzado.

O segundo governo de transição, dirigido por Abdullahi Yusuf Ahmed, quem anteriormente havia sido presidente de Puntlândia até 2004, e que aprovou uma intervenção de paz pela ONU, declarou que a aliança do senhores de guerra (referindo-se a ARPCT) combatiam o poder executivo.

Com a inexistência na prática de um governo central, a Somália persiste imersa em uma guerra civil. Em 5 de junho de 2006, milícias islâmicas - que formam a União das Cortes Islâmicas (UCI) - tomaram grande parte da capital somali. A UCI controla outro territórios no país e pretende impôr a lei islâmica (Sharia) nestas zonas. Em junho, o governo somali de transição e a UCI assinaram um acordo de reconhecimento mútuo. Um mês depois, um dos últimos focos de resistência dos senhores da guerra foi derrotado, após dois dias de batalha que deixou 140 mortos e 150 feridos.

Em julho de 2006, a UCI passou a controlar todo o sudeste do país e a capital Mogadíscio e avançava para tomar controle do resto do país. O governo interino pediu ajuda internacional, e o Conselho de Segurança da ONU aprovou planos de enviar uma força de paz africana para apoiar Yusuf. Segundo a ONU, as Cortes estavam sendo providas de armas pela Eritreia e o governo interino somali estava sendo armado pela Etiópia. O governo etíope foi que mais apoiou o governo interino da Somália e, em dezembro, ordenou uma incursão militar direta neste país contra alvos da milícia islâmica. Forças etíopes e do governo interino tomaram várias cidades que estavam sob controle da União das Cortes Islâmicas (UCI), inclusive Mogadíscio. O novo conflito levou milhares de refugiados somalis para a fronteira com a Etiópia e o Quênia.

Ao largo de 2007, tanto a Jubalândia quanto à maior parte dos territórios controlados pela União das Cortes Islâmicas, assim como Galmudug, passaram provisoriamente nas maõs do Governo de Transição Somali, quedando o estado proclamado da Somalilândia, e em medida menor o estado autônomo de Puntlândia, como principais decisões para a reunificação total da antiga Somália, junto às ações armadas dos restos da UCI. No mesmo ano, parte da UCI se converteu emAliança para a Reliberação da Somália (ARS).

A ARS, junto com o governo de transição somali, compactaram em outubro de 2008 em ampliar o Parlamento e a constituir um governo de unidade, o que levou, emjaneiro de 2009, à eleição do terceiro presidente do Governo de Transição Somali, Sharif Ahmed, que exerce até hoje o cargo de presidente da Somália, que anteriormente foi membro da União de Cortes Islâmicas, como o intuito de criar um governo nacional que pacificava finalmente todas as facções.

Os Estados Unidos e o Reino Unido apoiaram a intervenção entrangeira na Somália, pois temem que a UCI tenha ligações com a rede terrorista Al-Qaeda. Em 20 de março de 2009 foi assinado, em Djibouti, pelo governo de transição somali e pela opositora Aliança para a Nova Libertação da Somália mais um acordo para tentar levar estabilidade ao país.

Pirataria

Desde o início da guerra civil, nos anos 1990, somalis tem praticado a pirataria nas águas ao largo do Chifre da África, sequestrando navios e petroleiros e suas tripulações em alto mar, em troca de resgate, tornando a região uma ameaça à navegação internacional.[27]

Desde 1998, entidades como a Organização Marítima Internacional e o Programa Alimentar Mundial, ligado à ONU, tem expressado publicamente temores com o aumento da pirataria na região.[28] A ação dos piratas somalis tem elevado o custo dos fretes e impedido a entrega de mantimentos às populações famintas do país por mar, sendo necessária a escolta de navios de guerra para o descarregamento nos portos somalis.

Em agosto de 2008, uma força tarefa naval de coalizão internacional, a Combined Task Force 150, que inclui navios de guerra do Canadá, Estados Unidos, Alemanha,França, Grã Bretanha, Portugal e Turquia entre outros, foi formada para combater a pirataria na região, estabelecendo uma área de patrulha e segurança marítima no Golfo de Aden.[29]

Em 7 de outubro de 2008, o Conselho de Segurança da ONU baixou uma resolução convocando os países com vasos de guerra nas águas do leste africano a que colocassem seu navios à serviço do combate à ameaça crescente dos piratas somalis, que já sequestraram dezenas de navios mercantes, petroleiros e suas tripulações. A Rússia também anunciou a entrada de seus vasos de guerra na área para combate à pirataria, atuando de forma independente.[30] Em 19 de novembro, a Índia anunciou a destruição de uma embarcação pirata somali, após combate com a fragata INS Tabar, enviada pela marinha indiana à região.[31]

Os piratas são basicamente ex-pescadores, militares ligados aos clãs de senhores da guerra do país dividido e técnicos em eletrônica e GPS, sendo estimados num total de 1000 homens armados, que, em equipes, se utilizam de pequenas embarcações rápidas para interceptar e abordar os navios.[32]

Em 21 de novembro, a ONU anunciou a formação de uma força de ataque à pirataria e autorizou a marinha indiana a entrar no Golfo de Aden e em águas territoriais da Somália, para combater as embarcações piratas e destruir suas bases conhecidas.[33]